Seguindo a dica da Daniella, acho que realmente não fizemos essa análise sobre a 'gayness' do Canadá. E, de fato, é importante pensar sobre isso, porque foi um dos motivos que nos fizeram querer sair do Brasil e vir para cá.
Não creio que temos sido boas representantes da comunidade gay... rs... ainda não fomos a nenhum bar, nenhuma balada, nenhum restaurante ou loja gay. Há vários lugares aqui que são gay, mas não me lembro de ter visto nada gay-friendly por aqui. Tudo é gay-friendly, todos os bares, restaurantes, shopping centres, praias, parques, tudo é gay-friendly. Quer dizer...
Toronto é uma mistura imensa de culturas e crenças e religiões e posturas. Dito isto, não existe lugar em que não exista preconceito, nem mesmo aqui. Mas, ao contrário do Brasil, por exemplo, discriminação é crime, o casamento entre pessoas do mesmo sexo é legalizado há 10 anos, plano de saúde, processo de imigração, aluguel, seguro de vida, tudo já vem com a opção para incluir sua mulher, marido, o que seja e seja você quem for. Ninguém faz perguntas e ninguém olha torto.
Aqui não é preciso sair do armário, mas também não é preciso entrar nele. Não é preciso carregar a bandeira, mas não é preciso escondê-la. Aqui basta ser. Pelo menos é o que sinto.
Claro que como sou professora e meus alunos são estudantes internacionais, não dá para esperar uma recepção super calorosa à minha 'gayness'. Então, seguindo a dica de outro professor, também brasileiro, também gay, minha vida particular é particular. Primeiro porque aqui não se faz esse tipo de pergunta, então normalmente não se responde a esse tipo de pergunta, nem mesmo de alunos - e se perguntarem, basta dizer que não é relevante para a aula, por exemplo. Segundo porque no trabalho eu estou segura. Os workmates podem ou não saber, mas, como não é ilegal, menor ou errado ser gay aqui, ninguém liga. Aqui não se perde o emprego por isso - e se acontecer, dá-lhe law suit! rs
Quando eu e a Sil andamos de mãos dadas ou nos beijamos em público (beijinhos de oi, tchau, essas coisas, nada extravagante porque é desagradável ver gente se pegando na rua, né? rs), agimos naturalmente. Não há sensação de medo. Não há reprimenda. Não há ameaças.
Então se a questão é: quão gay é o Canadá? Acho que é gay o suficiente para que possamos viver com dignidade, sem nos escondermos. Vale a pena? Claro. Mas vale o bom-senso: gente é gente e preconceito - ainda que proibido - existe em todo lugar. Espero ter ajudado! =)
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
Christmas around the corner
The first snow flakes of the season have paid us visit. Some say it was too early, some say it was about time. All I know is that it is always a festive moment to finally see snow falling from the sky, reminding us that all we have wished for has come true!
We've wished for a life up north, where snow is quite ordinary and the sunshine is overrated (=)). We've hoped for a day we would open our eyes and see but all white out of the window. We'd waited for this moment for years until we finally got the so-dreamed-of 'yes'. So snow is somewhat the crowning of this glorious victory - which is neither perfect nor dream-like.
Life here cannot be compared to anything else. We lack the human warmth of the Brazilian people, who, even when inappropriate, know how to make one feel welcome. We miss family and friends and the safety of our parents' embrace. In return, we get freedom to walk about at night and possess without being scared of our own shadows. In return we know the evil ones are the guilty ones, while the people come and go, righteously as it should be. In return we live with dignity, even if not in abundance.
There is no feeling like walking the streets of Toronto knowing that I am safe. Knowing that the world is finally mine to explore. I take pleasure in long walks to different subway stations under the weather. I take pleasure in knowing I simply can, will, have done.
The first snow flakes that fall from the sky simply remind us that we have made it, we are here and our battle is a different one now. It is the battle to make a home of a foreign land. It is the battle to learn and improve English. It is the battle to settle in and grow from here. But the first one, the moving, this one we have won.
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