sexta-feira, 19 de abril de 2013

Notícias

Eu estava reservando este post para contar somente coisas boas, mas em face aos recentes atentados nos USA, vou fazer um pequeno "parênteses" aqui.

A grande questão não é que os USA tenham sido atacados novamente. Acho que a questão da segurança nacional nos USA é muito complicada, afinal são o maior e mais rico país do mundo, a força, a potência deles é incomparável. Me parece que seja natural que alguns grupos se oponham a eles. Até aí, nada de mais, não é? É natural haver protestos contra isso ou aquilo, a favor disso ou aquilo. O grande lance é que o tipo de oposição que os USA parecem despertar é extremamente perigoso. Provavelmente fruto da sua política internacional que é altamente criticável. Anyway, meu objetivo não é criticar os USA.

Na verdade, o que me motiva a escrever é o fato de que aqui no Canadá a gente é inundado por notícias sobre os USA! O jornal da manhã, que estou assistindo, está comentando somente os mais recentes acontecimentos em Watertown, Massachussets, o "lockdown" da cidade, a perseguição ao suspeito que escapou, especialistas comentando sobre as motivações políticas, essas coisas. E aí eu paro e penso: COMO ESTAMOS PERTO DE TUDO ISSO!

Antes, no Brasil, tudo o que acontecia nos USA parecia tão distante! "Uma ameaça de bomba; ah, tá lá longe! Um atentado terrorista; ah, tá lá longe!" Mas agora tudo o que acontece nos USA está MUITO perto e isso nos faz pensar. Talvez por isso as agências de notícias canadenses foquem tanto nos americanos. Geograficamente - e economicamente e culturalmente e tal - os Estados Unidos são muito próximos ao Canadá e aqui o impacto é mais sentido que em outros países...

Olha só! Era para ser apenas um parênteses e já virou quase que um post inteiro!!!

Agora vamos às boas notícias!!!

Mesmo antes de sairmos do Brasil eu comecei a perguntar aqui e ali sobre como seria dar aulas, sobre o mercado de trabalho, enfim... A gerente do meu banco - aqui no Canadá - foi super gentil e, querendo ajudar, me passou o telefone de uma professora de inglês brasileira aqui em Toronto. Eu logo me animei e pensei: um contato!

Liguei para a tal professora e deixei recado. Ela me retornou e, o que se seguiu foram 30 minutos do mais completo desencorajamento na forma de "ajuda". A tal professora me disse que, sem o TESL eu não poderia, jamais, ensinar no Canadá. Quando contei que tinha o CELTA, ela foi rápida em me cortar e dizer que o CELTA era APENAS um teste de língua. Quando tentei contra-argumentar, ela não me deixou falar. Quando ela terminou, desligamos o telefone e eu me senti profundamente desmotivada. Pensei com meus botões: "Por que eu fui inventar de fazer o CELTA no Brasil? Por que gastei aquele dinheiro?"

Mas a Sil é uma otimista. Ela, realmente, é incrível e me disse para ignorar a mulher, que ela era uma frustrada (rs) e que eu deveria mandar meus CVs de qualquer forma. O fato é que mandei. Mandei, até o momento, 10 CVs. Não me inscrevi no Skills for Change nem no Access. Não fiz uma avaliação do meu CV. A única coisa que fiz foi pegar um modelo de CV canadense e adaptei o meu. Acho que com orientação poderia ser mais eficaz, ainda preciso ir atrás disso.

Mas o fato é que já fiz duas entrevistas!! E o mais importante, as minhas credenciais no Brasil fizeram e fazem toda a diferença, sim! Ter o CELTA, CPE, IELTS e mais de 10 anos de experiência fazem a diferença, SIM! Claro que as minhas notas ajudam muito (rs), mas acho que qualquer pessoa que tenha sido aprovado com C no CELTA e CPE teria boas chances também!

Então este post é para mim, para o Tiago, para os colegas de profissão: NOSSAS CREDENCIAIS VALEM, SIM! E este post é para aquelas pessoas todas que foram taxativas e muito rápidas em me desencorajar e colocar obstáculos e mais obstáculos no meu caminho: eu consegui! =)

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Caminhando contra o vento

É libertador sair às ruas e não sentir medo. Não sentir medo de sacar o celular do bolso e ficar horas tentando se localizar no google maps app completamente perdidas! Não sentir medo dos manos - provavelmente é só uma questão de estilo - nem das multidões, nem das ruas desertas. Não sentir medo de ser atropelada ao atravessar a rua na faixa de pedestres.

São sensações difíceis de explicar para quem nunca viveu o medo das coisas mais simples; o medo de estar nas ruas, o medo de ter as coisas; o medo de ser abordado e perder tudo e muito num simples fechar e abrir de semáforos! Aqui não é preciso ter medo, a gente sabe disso racionalmente, mas ainda me pego com medo das coisas, como tinha no Brasil. E tenho que me lembrar: relaxa, você está no Canadá!

Hoje saí sozinha para resolver umas coisas. Normalmente ia com a Sil, porque eram coisas que nós duas precisávamos ou queríamos, como comprar as coisas para casa e fazer o OHIP e nos registrar na YMCA e coisa e tal. Hoje saí sozinha e comecei a sentir Toronto diferente, como se fosse minha, como se eu estivesse mesmo começando a viver uma rotina (apesar de que ainda não tenho rotina nenhuma por aqui!). É legal ter esse momento particular com a cidade, ainda mais com uma cidade que lhe oferece tanto em termos de segurança e bem estar.

A Sil já está indo à escola desde a semana passada, está vivendo o momento particular dela com a cidade há mais tempo, acho importante.

Sexta conhecemos o pessoal do www.oitoronto.com.br e fomos a um evento beneficente. Já sabemos onde cortar os cabelos!!! Agora, de preço... nem idéia!! Foi legal ver as caras por trás das mensagens e matérias e pautas que trocamos durante o período em que ainda estava no Brasil...

Sábado fomos ao Kensington Market conhecer o distrito. É um lugar super charmosinho e bem diversificado. Acho que nunca vi tantas bicicletas estacionadas juntas em um só lugar!! A galera é bem modernete... rs... Gostei. Mas precisamos voltar lá outro dia, porque fomos meio tarde e acabamos andando pro lado errado e perdemos um pedaço da coisa toda... Depois caminhamos pela Bloor e vimos coisinhas singelas, como Cartier, Louis Vuitton, Chanel... mas tinha uma Winners lá pra quebrar! hehe

No domingo a gente foi ao protesto de repúdio ao Marco Feliciano. Na verdade a Sil foi mais para fotografar, mesmo. Nem gritei junto com a galera, apesar de simpatizar com a causa - afinal, quem é que acha plausível um cara que odeia negros e homossexuais (e sabe-se lá mais o que!) presidindo uma comissão de direitos humanos e minorias!? Mas esse lance tá me cansando um pouco. Queria que adiantasse, sabe? Queria que as palhaçadas na política brasileira simplesmente cessassem! Mas aí o Brasil seria um lugar mágico, né?

Depois do protesto básico - que achei super-legal, organizado e pacífico (aqui todo mundo tem o direito de protestar. Não tinha uma polícia pra ficar de olho e coibir qualquer manifestação mais calorosa ou para reprimir a galera mesmo!) - a gente foi dar uma olhada no St Lawrence Market, mas estava fechado. Havia só uma feirinha de antiguidades lá, mas nem eu nem a Sil somos muito chegadas, não íamos nem na do MASP! Demos uma olhadinha bem rápida e fomos embora. Fomos caminhando, caminhando, caminhando... algumas estações de metro estavam fechadas... E viemos embora pra casa.

Adoro isso de simplesmente sair, estar fora de casa, na rua, fazendo qualquer coisa, sem precisar ter nada específico, simplesmente ficar nas ruas! Adoro caminhar pelo centro, que é cheio de vida, e tirar fotos da arquitetura, das pessoas, das placas, de nós!

A única coisa que preciso para aproveitar as ruas melhor, é aprender a comer... mas aí fica pra outro post!

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Primeiros passos em Toronto

Um montão de gente já deve ter publicado sobre isso, mas é sempre bom ver o "step-by-step" da coisa. E também é bom pra mim, enquanto escrevo, porque vou listando o que eu já fiz e o que tenho que fazer... vai que me esqueci de algo!

1. Nosso passaporte com o 'landing paper' anexado a ele é a nossa maior e mais importante ferramenta aqui no Canadá. Usamos isso pra tudo, TUDO - até que cheguem nossos benditos PR cards! Então nada de deixar o passaporte guardado no cofre quando chegar. Ele vai ser preciso para comprar celulares, contratar TV a cabo e internet, fechar contrato de aluguel, abrir conta em banco, se registrar nos serviços de apoio ao imigrante, arrumar emprego, pegar o cartão de saúde... ou seja: TUDO.

2. SIN CARD - é o Social Insurance Number e é nele que ficam registradas todas as suas atividades financeiras e tempo de trabalho. Segundo me disseram, aqui não existe esse negócio de carteira de trabalho, fica tudo registrado no seu SIN! E também seu histórico de crédito e afins. Aliás, o SIN é para ser compartilhado apenas com seu empregador, seu banco e o governo. Entretanto, como éramos/somos newcomers e não tínhamos outro documento canadense, acabamos tendo de dar nosso SIN para comprarmos os celulares...
ONDE: Service Canada Centre
Arthur Meighen Building, Floor 1
25 St Clair Avenue East 
Toronto, Ontario 
De graça.

3. OHIP - Ontario Health Insurance Plan - É o tal do plano de saúde. Atenção, é provincial, só é válido enquanto em Ontario. O que fazer se for viajar para outras províncias? Boa pergunta. No site do Service Ontario tem resposta pra isso também. Ele só vai valer depois dos 3 meses de carência, mas já pode dar entrada logo que chegar. Nós vamos hoje! Existem vários postos do Service Ontario, dá pra achar no site onde for mais conveniente. Mas, atenção! Precisa levar passaporte, landing paper e comprovante de residência - serve conta de banco, contrato de aluguel, conta de celular ou internet... como no Brasil, mesmo. Não custa nada!

4. Apoio ao imigrante. Existem vários locais que ajudam os 'newcomers'. Nós nos registramos no YMCA e a Sil está fazendo inglês num High School aqui perto de casa, eles oferecem ESL classes gratuitas - claro, tem de ser de graça para nós, viu, pessoal! O YMCA dá orientação para fazer essas coisas de início, é um "settlement counsel". Mas não ajuda a procurar emprego.
O que o YMCA faz? Orienta, apresenta o que fazer, indica vários grupos de apoio e instituições e faz o language assessment - que é o teste de nível - oficial para os imigrantes. Nem eu nem a Sil fizemos lá. Ela fez na escola em que está estudando e eu concordo com a avaliação que fizeram dela. =) E eu tenho CPE, o cara da YMCA continuou insistindo, mesmo assim, que eu deveria fazer um teste de nível! Fiquei bem puta com a situação, afinal, gastei R$ 560,00 pra fazer a porra do CPE para não ter que ficar comprovando minha proficiência, daí chego aqui e o certificado não vale pra NADA?! Ah, não, ainda não me dei por vencida! Alguém vai ter que aceitar essa bagaça! hehe

5. Emplyment services in Ontario:
- Access
- Career Foundation
- Skills for Change
Esses são os maiores, de acordo com Rudy, nosso settlement counsellor no YMCA. Vou ver em qual me inscrevo - segundo ele, basta se inscrever em um porque seu nome fica registrado numa central... Estive pensando no Access... mas sem motivo, não tenho nenhuma informação que me faça sentir assim, apenas uma simpatia com o nome, talvez? Apesar de que Skills for Change também é bem legal... hehe

Bom, acho que, por hora, é isso! Lembrando que quem estiver vindo para cá, não deixe para procurar apartamento na última hora, não deixe para alugar quando chegar aqui. A gente quase se ferrou por dar ouvido às pessoas e fechar uma casa só aqui... Demos foi é muita sorte de conseguir estar no nosso apê agora! Um mês de antecedência mínima é a praxe. Ou seja, hoje, só se acham aptos para 1 Junho e alguns para 1 Maio.  Quem chegar no meio do mês, só para o primeiro dia do segundo mês a frente, ou seja, para Junho... Aff... é, complicado, eu sei bem!!!

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Serviços - Atendimento ao cliente

A gente vem pro Canadá achando que todo mundo é bem-educado, que tudo funciona e que vai dar tudo certo! Bom, não é bem assim, mas também é bem assim.

As coisas funcionam, sim. Mas não são perfeitas.

Adoro atravessar a rua - na faixa de pedestres - e não precisar nem olhar pro lado, ter a segurança de que as regras de trânsito são e serão cumpridas. Claro que às vezes tem um imbecil ou outro que faz umas curvas meio estranhas, mas normalmente é onde não tem ninguém. Adoro ter um app no meu celular que mostra o horário que o ônibus irá passar no ponto aqui do lado de casa - ou em qualquer outro ponto. Adoro pagar um valor mensal para usar todos os transportes públicos integrados quantas vezes quiser, sem limite de hora ou de conexões.

MAS fiz o plano de internet na Rogers e o técnico que veio liberar o sinal e instalar o modem foi um puta FPD! Ligou muito mais cedo do que o horário combinado - e eu não atendi o celular porque não estava com ele na hora; apareceu na minha porta (do apartamento, knocking on my door, literally) sem ser anunciado - Deus sabe como entrou no prédio! Chegou sendo irônico e agressivo e não quis instalar o modem onde eu queria por preguiça de ir até o carro buscar um cabo. Disse que eu poderia comprar o cabo e fazer a instalação eu mesma depois.

O cara foi embora, largou o modem instalado num canto sem noção, no chão, com um monte de cabo enrolado - mas curto demais para ir onde eu queria. A Sil ficou possuída! No dia seguinte estávamos na Rogers reclamando. O pessoal da loja foi bacana, mas disse que não podia fazer nada.

Fui pra casa e entrei na internet, no site da Rogers, e abri um chat de reclamação, que me direcionou para assistência técnica, que não era o mesmo que serviços técnicos, então o cara não podia me ajudar também. Voltei para o site da Rogers, cliquei no "escalate your complaint" e abri um chat de reclamação com uma gerente de atendimento ao cliente. Em 5 minutos meu problema estava resolvido. A reclamação foi registrada, um outro técnico agendado para consertar a cagada, nenhum custo extra para o meu bolso!

Pensei que tudo estava resolvido / acabado, mas não! Recebi vários telefonemas da Rogers, cada hora de um departamento diferente, pedindo desculpas, querendo saber o que tinha acontecido, como poderiam ajudar, se queriam que o técnico, o departamento, a Rogers toda me ligasse para pedir desculpas formais... Eu disse que tinha ficado satisfeita e que isso não era necessário - não precisava ouvir desculpas da boca do cara, sabe?

Hoje o outro técnico veio. Que cara bacana! Foi outro tipo de atendimento, outro tipo de serviço, tudo outro! Aí sim, foi serviço canadense! Rs...

A verdade é que tem muita gente mal-humorada por aqui, muita gente fazendo serviços que não gostaria, de má vontade. Sinto muito, mas cada um com seus problemas! Aceitou o emprego? Então que trabalhe direito! Né não?

Mas a diferença do Brasil é que na NET, eu ainda estaria presa à burrocracia, brigando com a mulherzinha do telefone... rs... aqui foi mais tranquilo e o resultado ótimo!

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Comprando móveis

Assim que alugamos nossa casinha - recebemos a confirmação na segunda e descobrimos que poderíamos nos mudar imediatamente - no dia seguinte fomos ao IKEA e ao SLEEP COUNTRY comprar os móveis básicos.

Pela manhã, depois de trazer uma mala cada uma - de metrô - fomos ao Ikea comprar algumas coisas que já tínhamos selecionado pelo catálogo. Primeira coisa a saber sobre a Ikea: o showroom é apenas um show + room. As coisas para comprar estão no andar térreo mesmo, no Market Hall. E, sim, você é quem deve pegar cada uma das caixas dos produtos que escolher levar - totalmente diferente da Tok&Stok... ai, nessas horas que tenho saudade do Brasil... hehehe - mas só nessas horas!

Depois de duas horas de Ikea, sim, entre descobrir que o showroom não era onde iríamos comprar nada e encontrar, pegar, botar no carrinho, pagar e agendar e pagar a entrega, fomos direto para a loja de colchões. A Nanci nos recomendou a Sleep Country para as camas box que queríamos. Eu e a Sil nunca tivemos uma cama propriamente dita, uma cama que tivéssemos escolhido e onde gostássemos de dormir - parte da culpa era da escada lá de casa, que não deixava passar quase nada para o andar de cima!!

Lá dentro a Sil achou tudo muito caro, eu também, na verdade, mas o vendedor era muito bom, mandando a gente deitar em cada uma das camas e dizer se preferia uma ou outra, mais firme ou mais macia, essas coisas. Nesse passo chegamos a uma cama de CAD 2.400,00. Claro que não iríamos pagar isso numa cama... ahahaha... mas ele disse que tinha um excelente negócio e acabamos pagando menos de 40% deste valor!! Levamos a cama!

Com sofá-cama, armarinho/rack, mesa e cadeiras e cama comprados, voltamos para a Camila, onde pegamos mais uma mala cada uma e trouxemos de metrô! Nisso já eram mais de 22h30 e ainda faltava a última viagem, para pegar sacolas, mala de mão e o gato... Felizmente o André nos deu uma carona de carro até aqui, o que nos ajudou imensamente!!! =)

Na quarta passamos o dia esperando os móveis chegarem, montando móveis e indo fazer compras, afinal não tínhamos nada em casa! Nada! Nada de produtos de limpeza, de comida, nem sequer papel higiênico!! hehe... Foi um dia pesado, mas valeu porque conseguimos começar a fazer deste apartamento vazio um lar! =)